domingo, 6 de setembro de 2009

GRANDE DESAFIO

O profeta Ezequiel cujo nome significa “Deus fortalece” era filho do sacerdote Buzi. Entendemos que Ezequiel cresceu na expectativa de ser sacerdote como era o seu pai. Um sacerdote exercia seu ministério obedecendo aos turnos devidamente estabelecidos. O sacerdote era muito respeitado. Entendia-se que ele representava, diante de Deus, o seu povo. O sacerdote intercedia pelo povo intensamente; cuidava dos objetos sagrados, e oferecia, em nome do povo, os sacrifícios. Ezequiel queria ser um sacerdote. Mas, este sonho lhe foi tirado. O Império dos Caldeus invadiu Jerusalém, destruiu o templo, levou os objetos sagrados e deportou muitas pessoas, principalmente o rei, o sacerdote e suas respectivas famílias.
Em 597 a.C, Ezequiel estava morando em Tel-Abibe, situada no Canal do Rio Quebar; longe de sua pátria, longe de sua religião, do templo e dos amigos. Neste contexto desolador, em 593 a.C, Deus o chamou para ser profeta. Durante toda sua vida ele pensou que seria sacerdote, agora, Deus o chama para ser profeta. Ser profeta em uma terra distante, falar a um povo desanimado e, sobretudo, rebelde.
Como profeta ele deveria ser diferente. Não melhor que os outros, mas, diferente. Deus disse: ”... não te insurjas como a casa rebelde...” (Ezequiel 2.8). Se a rebeldia era a característica daquele povo por causa das circunstâncias adversas, Ezequiel não poderia coadunar. A rebeldia é um pecado gravíssimo. Insurgir conta Deus é algo terrível! Os contemporâneos de Ezequiel queixavam-se da justiça de Deus, estavam sem esperança, desmotivados, entristecidos e rebeldes. Vivendo em um contexto assim, Ezequiel deveria ser boca de Deus ao seu povo. Ele deveria ser obediente, apesar de tudo. Ezequiel teve uma visão inusitada. Ele viu um livro, escrito por dentro e por fora. Significa a Palavra de Deus. Uma palavra completa, sem espaço para observações ou acréscimos. Ele deveria comer aquele livro. Comer até encher as entranhas, até empanturrar-se. Depois, falar ao povo. O livro, na boca, era doce como mel. A doçura não era pelo conteúdo do livro, mas, por sua origem. Aquele livro era a Palavra de Deus. A experiência mais amarga da vida pode ser docemente satisfatória (Jeremias 15.16; Salmo 19.10; Salmo 119.103). Conforme outros textos como Apocalipse 5.1, entendemos que o tal rolo, embora doce na boca, era amargo no ventre. Isto porque, ao ser digerido, ele confronta estilos e valores que devem ser reconsiderados. Isto é um tanto quanto amargo.
Assim como Ezequiel, vivemos em um mundo cheio de desafios. Duas coisas devem nortear nossa mente e coração: sermos diferentes e obedientes, apesar de tudo.
Que Deus nos ajude!

Ricardo Mota

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