segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

NATAL, UMA BOA NOTÍCIA!


Será que o Natal é uma data antiquada ao considerar seu significado original? Não é muito interessante ou vendável relacionar o Natal a uma festa cristã, pensam alguns lojistas. Nada contra o “velhinho simpático”, amigo das crianças e dos lojistas mas, o “Papai Noel” representa muito bem o interesse consumista que caracteriza nossos dias. A estratégia é descaracterizar ou “descristianizar” o Natal. Isto feito, as vendas aumentariam ainda mais, pois ampliaria o “público alvo”. Com a diversidade de ideologias e instituições religiosas, limitar o Natal ao nascimento do Verbo de Deus seria um reducionismo econômico. Mas, notícias importantes a história se encarrega de preservar. O nascimento virginal de Jesus jamais será esquecido! Todavia, vale fazer comparações ainda que possa parecer notícia velha. Veio à minha mente o episódio da guerra no Iraque que se arrasta pelos anos. Quando o George W. Bush era o presidente dos Estados Unidos ele declarou que a captura do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein foi seu melhor presente de “Papai Noel”. O ditador foi achado em um buraco, como se fosse um tatu. Façamos uma simples comparação: do palácio a um buraco, resumiu-se a trajetória daquele ditador; da estrebaria à glória celeste e eterna, a de Jesus Cristo, o Nazareno. O primeiro, impunha-se com hostilidade; o segundo, “não por força nem por violência, mas pelo Espírito Santo.” Conforme a reportagem veiculada em importante revista brasileira, Saddam Hussein foi “o ungido, glorioso líder, descendente direto do profeta Maomé, presidente do Conselho de Comando da Revolução, Marechal-de-Campo de seus exércitos, Grande Tio de todos os seus clãs e tribos, Comandante-em-Chefe da Imortal Mãe de todas as batalhas, dono de 23 palácios, foi encontrado em um buraco de 1,80 por 2,40 metros.” O então presidente teve mais uma estrela em sua patente de “guardião mundial”. A captura de Saddam foi a melhor das notícias, um verdadeiro presente do “Papai Noel”. Todavia, essa ou outra notícia qualquer que possa fazer célebre o nome de alguém, não se iguala a maior de todas as boas notícias: a vinda de Deus ao mundo. Jesus Nasceu! Ele sim, O ungido, glorioso líder, descendente do rei Davi, segundo a profecia, rei dos reis e Senhor dos senhores. O Criador que deixou a sua glória e encarnou, assumindo o papel de criatura. Apesar de tal evento ter ocorrido no passado, seus efeitos marcaram a existência humana, e o farão eternamente. Jesus nasceu! O Natal está aí! Luzes, festas, comidas diferentes para alguns, falta de comida para outros; alguns poderão gastar o 13º salário, outros estão entristecidos por conta do desemprego. O consumismo tentando ofuscar o sentido original do Natal, substituindo o aniversariante pela figura “simpática” do velhinho boa praça. A boa notícia foi transmitida, inicialmente, pelos anjos e testificada por homens e mulheres no decorrer da história:
“Estou aqui a fim de trazer uma boa notícia para vocês, e ela será motivo de grande alegria também para todo o povo! Hoje mesmo, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês – o Messias, o Senhor! Lucas 2.10,11.
A fé, “a maior diferença entre homens e animais”, segundo escreveu o evolucionista Charles Darwin, me faz pensar nos detalhes daquela “noite feliz, noite de paz”. As fraldas no varal improvisado; o mugido dos animais espectadores do maior de todos os eventos; a alegria em meio à dor, da glória eterna à manjedoura, nascia Jesus. Diferente dos poderosos deste mundo, Jesus não tem lembrança provisória ou glória passageira. Após milhares de anos, pessoas são transformadas ao direcionarem para Ele sua fé. Têm nele a possibilidade da cura de enfermidades físicas, emocionais e espirituais. Invisível, mas real, Jesus reina e domina corações. Altera a ética e a moral de uma geração corrompida. Faz com que o desvalido se erga do pó e se assente ao lado de príncipes. Daqui a alguns dias, nós nem nos lembraremos mais do Papai Noel, se ele aparecer em março, abril ou em outro mês antes de novembro e dezembro, estará sendo inoportuno. O episódio Saddam já está esquecido por muitos, já é um “lixo da história”. A glória de Bush, Obama ou Lula, não é permanente. Todavia, Jesus Cristo, o salvador prometido e sua glória não terão fim. Seu reinado é eterno como eterno é Seu amor. A Ele, pois, toda glória.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

FIM DO PROJETO RELIGARE!!

O "Projeto Religare" foi uma ótima experiência. Deu para perceber a bênção que é reunir-se em um formato não convencional, com simplicidade litúrgica visando a glória de Deus, mas, também, a gostosa comunhão que podemos desfrutar.
Procurarei manter funcionando o blog do projeto.
Durante o ano de 2010, poderemos nos encontrar no templo da Igreja Presbiteriana Central de Uberlândia, Av. Floriano Peixoto, 364.

Um forte abraço,

Ricardo Mota

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

DEUS


Eu me lembro! Eu me lembro!
- Era pequeno E brincava na praia;
o mar bramia, E, erguendo o dorso altivo, sacudia,
A branca espuma para o céu sereno.

E eu disse a minha mãe nesse momento:
"Que dura orquestra! Que furor insano!
Que pode haver de maior do que o oceano
Ou que seja mais forte do que o vento?"

Minha mãe a sorrir, olhou pros céus E respondeu:
- Um ser que nós não vemos,
É maior do que o mar que nós tememos,
Mais forte que o tufão, meu filho, é Deus.

Casimiro de Abreu

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O APAGÃO


Várias cidades do Brasil sofreram um “apagão”. Foi um transtorno. O trânsito, sem o auxilio dos semáforos, ficou ainda mais perigoso e confuso, os alunos foram dispensados mais cedo da escolas e faculdades, Mas, como ir embora? Metros e Trens pararam suas atividades. Nas cidades maiores, como São Paulo, a insegurança ficou ainda maior. Pessoas ficaram presas em elevadores e o resgate das pessoas pelo Corpo de Bombeiros, com dificuldade. Há sem luz não dá! Saúde, transporte, segurança, tudo fica comprometido.
Sem luz, muitas pessoas não puderam volta para a casa, o medo dominou muitas pessoas.
Espiritualmente falando, a luz também é fundamental e sem ela, não se pode caminhar. Para entendermos isso, Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue nunca andará na escuridão, mas terá a luz da vida.” (João 8.12).
É fácil entender a mensagem de Deus para nós. Quem não se relaciona com Jesus, não o tem como Senhor e Salvador, vive um verdadeiro “apagão”. Não sabe para onde está indo, não segurança.
Sem Jesus, a Luz do mundo, a vida parece estar presa em um elevador. Ele veio ao mundo como luz para que quem nEle crê não fique na escuridão (João 12:46).

Jesus, a luz que brilha em nossa alma, faz com que a insegura se esvai, faz com que o caminho fique iluminado, a esperança deixe de ser, uma mera expectativa, a esperança passa a ser uma certeza.
Que brilhe em você está Luz, bendita Luz, Jesus!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

VENCENDO O DESÂNIMO


O verbo "desanimar" vem da negação de "animare" que significa "dar alma". Logo, desanimar é ficar "sem alma", "sem força", "sem movimento", "sem coragem". Provavelmente todos nós sabemos, na prática, o que isso significa. Quando leio os escritos do apóstolo Paulo tenho a impressão de que ele se sentiu desanimado algumas vezes. Mas, também, lendo o que ele escreveu percebo que ele soube vencer o desânimo. Paulo por causa de sua fé em Cristo, foi açoitado durante seu ministério, cinco vezes pelos judeus. Foram trinta e nove açoites todas as vezes que o pecavam. Um triste total de 195 açoites. Três vezes foi fustigado com varas; uma vez foi apedrejado e tido como morto. Paulo experimentou o terror de um naufrágio por três vezes. Perigos sem conta. Perigos de salteadores, perigos entre o pessoal de sua própria nacionalidade, perigos entre estrangeiros, perigos na cidade, no deserto e entre falsos irmãos (2 Coríntios 11.24-28). Paulo tinha tudo para ser um desanimado, um deprimido, um suicida em potencial. No entanto, ao escrever sua segunda carta aos cristãos da cidade de Coríntios, ele ressalta o poder de Deus, o mesmo poder que ressuscitou Jesus Cristo e que o movia no cotidiano. O poder que o enchia de esperança. Então disse: "Por isso nunca ficamos desanimados. Mesmo que o nosso corpo vá se gastando, o nosso espírito vai se renovando dia a dia. E essa pequena e passageira aflição que sofremos vai nos trazer uma glória enorme e eterna, muito maior do que o sofrimento. Porque nós não prestamos atenção nas coisas que se vêem, mas nas que não se vêem. Pois o que pode ser visto dura apenas um pouco, mas o que não pode ser visto dura para sempre." (2 Coríntios 4.16-18).Para vencermos o desânimo precisamos fazer como Paulo fez. Ele contrastou o EXTERIOR com o INTERIOR. Se por fora, fisicamente falando, estamos morrendo a cada dia; por dentro, espiritualmente falando, estamos sendo renovados a cada dia. Se de fato temos relacionamento com Deus e cremos no seu poder, podemos vencer o desânimo que teima em nos mostrar que a corrupção é inegável. Todavia, se olharmos para além do que se vê naturalmente, teremos um renovo de ânimo, um reavivamento. Nossa existência não se resume no que é mortal. Paulo para vencer o desânimo também contrastou os sofrimentos da tribulação com a recompensa a ser desfrutada. Se colocássemos em uma balança o sofrimento presente com a glória a ser revelada, o sofrimento seria sem nenhuma expressão. Para vencermos o desânimo devemos colocar na "balança" o temporal e o eterno. Tudo que podemos ver e tocar, são temporais. Paulo deixou de prestar atenção apenas no que se podia ver e tocar, ele começou a considerar as coisas que se não podem ver e nem tocar. O que se pode ver e tocar duram apenas por um pouco, mas, o que não vemos e nem tocamos, os valores do Reino de Deus, são eternos. Se fizermos este exercício devocional, venceremos o desânimo. Não desanimemos, em breve haverá uma linda colheita!
Ricardo Mota

terça-feira, 20 de outubro de 2009

domingo, 11 de outubro de 2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CRISTÃO BOCA SUJA


No domingo passado, ao falar sobre o desequilíbrio entre a verdade sem graça (legalismo) e a graça sem verdade (libertinagem), eu mencionei a tendência crescente entre muitos cristãos pós-modernos de soltar o verbo e liberar os palavrões como se fosse a coisa mais natural do mundo. Algumas pessoas me perguntaram se eu não estava caindo novamente no legalismo simplesmente por questionar isso. Vejamos.
Em primeiro lugar é preciso reconhecer que esta é uma questão mais complexa do muitos gostariam que fosse. Já conversei com várias pessoas sobre isso nos últimos anos e tenho a impressão de que muitos pensam que basta citar alguns versículos das Escrituras e assunto encerrado. Mas não é bem assim. O difícil é determinar quando uma palavra é torpe ou obscena uma vez que a linguagem é algo vivo e as palavras e seus significados mudam com o tempo. Algo que era considerado um palavrão nos dias de Jesus ou Paulo pode nem sequer ser utilizado hoje.
Sendo assim temos que lidar com questões sobre contexto, cultura, significado e eu entendo isso, não sou leigo no assunto e não estou tentando desprezar tais considerações.
Por outro lado, será que o valor de nossas palavras deveria ser determinado pelo meio em que vivemos? Se todos à nossa volta estão usando certas palavras, será que isso significa que nós devemos usá-las também?
Algumas pessoas dizem que o uso de palavrão se tornou natural em nossa cultura e que os únicos que ficam ofendidos são os “legalistas religiosos”. Realmente parece que cada vez mais pessoas estão usando palavrão como parte de seu vocabulário. Mas isso não torna o palavrão menos palavrão. De fato, as pessoas usam certas palavras justamente porque elas querem dizer algo para chocar, dar ênfase, ofender, etc. Ou seja, mesmo com o uso cada vez mais corriqueiro, certas palavras continuam sendo torpes e obscenas em nossa cultura.
O comediante americano George Carlin em seu show “Sete palavras que você nunca deve dizer na TV” demonstrou (mesmo que a contragosto) que há certas palavras que são inapropriadas. Bono que o diga. Por usar uma destas palavras na entrega do Globo de Ouro em 2003, ele criou problemas para a rede de TV norte-americana Fox.
Eu gosto da idéia de que se você não usaria uma determinada palavra numa conversa com sua mãe, numa reunião como igreja, numa entrevista de emprego ou para alguém que você acabou de conhecer, então essa palavra parece não ser apropriada para seu uso corriqueiro. Novamente, parece uma idéia simplista (e talvez seja), mas creio que é um começo.
Seria válido falar palavrão para se identificar com as pessoas que estamos tentando alcançar?
Eu me lembro de quando fazia visitas na antiga Casa de Detenção Carandirú em São Paulo. Os presos tinham um código de respeito para com os “crentes” que os visitavam. Não se falava palavrão perto deles. Percebi o mesmo com relação as prostitutas em alguns prostíbulos onde estive com os missionários do Projeto Toque. Quando alguma delas que não nos conhecia começava a baixar o nível das palavras, era logo censurada pelas companheiras. Fico imaginando o que essas pessoas pensariam ao ouvir um discípulo de Cristo falando as mesmas palavras que elas, apesar de usarem, reprovam. Será que elas veriam evidências de uma nova vida no falar deste discípulo?
Como eu disse em minha reflexão, precisamos rever nosso conceito de liberdade cristã. Para muitos, a nova versão de liberdade que eles estão aderindo é apenas uma revisão da velha escravidão que eles pensam ter deixado para trás.
Liberdade cristã não é liberdade para fazer o que quer que eu desejo. Liberdade cristã é liberdade para servir a Cristo e fazer o que Ele deseja. É liberdade para agradar a Deus. É liberdade no Espírito Santo. E o fruto do Espírito é amor, paz, bondade… domínio próprio.
Lutero colocou da seguinte forma em seu clássico texto Da Liberdade Cristã (1520): “Um cristão é senhor livre sobre todas as coisas e não está sujeito a ninguém – pela fé. Um cristão é servidor de todas as coisas e sujeito a todos – pelo amor.”
Quando leio passagens como Efésios 2.1-5 e 4.22, 1 Pedro 4.3, Tito 3.3, dentre outras, há uma indicação clara de que nossa vida antes de Cristo era marcada por certas coisas que já não devem mais persistir uma vez que estamos ligados à Cristo. Os verbos usados – éramos, andávamos, vivíamos – indicam uma condição passada. Mas agora, diz a Bíblia, somos novas criaturas e devemos despir (despojar) a velha condição. Me parece estranho que seguidores de Cristo queiram continuar na condição passada, exibindo os mesmos maus hábitos e caindo nos mesmos erros.
É neste contexto do novo homem que Paulo fala aos Efésios (4.29): “Não saia de vossa boca nenhuma palavra torpe.” (ARA)
O dicionário Houaiss define TORPE como:
que contraria ou fere os bons costumes, a decência, a moral; que revela caráter vil; ignóbil, indecoroso, infame
que contém ou revela obscenidade; indecente
que causa repulsa; asqueroso, nojento
que apresenta mácula; sujo
Ou seja, mesmo considerando as mudanças do vocabulário com o decorrer dos tempos, uma palavra torpe hoje continua sendo torpe.
Algumas pessoas argumentam que xingar é ser transparente e honesto. Todavia, o próprio bom senso nos diz que não devemos ser transparentes em tudo exatamente. Ainda que não exista nada em nossa vida que esteja oculto aos olhos de Deus – não há áreas privadas diante de Deus – há todavia, áreas e coisas que fazemos que não deveriam se tornar públicas. Por exemplo, o exercício de nossas necessidades físicas. Ninguém que tenha um bom senso ira advogar que, em nome da transparência, deve-se abaixar as calças em público e se aliviar na frente de todos. Isso seria indecoroso na maioria das culturas e sociedades do nosso mundo hoje. Ou seja, a tal de transparência neste caso me parece mais uma desculpa para obscenidade do que algo sincero.
Todd Hunter, presidente do Curso Alpha certa vez disse: “Como um discípulo de Jesus usa sua linguagem? O amor deve ser o árbitro de todo o falar.”
Quando você manda alguém ir se f**** ou chama uma pessoa de filho da p***, você está demonstrando amor? Você consegue ver a atitude de Cristo nisso? Imagino que não. Não importa o quão transparente você diga que está sendo, a única coisa que sua atitude transparente está demonstrando é a ira e falta de domínio próprio.
Então ouço pessoas apontando outros pecados, dizendo que alguém não xinga, mas odeia de qualquer maneira. Ora, um pecado não justifica o outro. Deus nos chamou para uma nova vida, com novas atitudes e novos hábitos.
Creio que xingar é um mal hábito e como todo mal hábito deve ser desencorajado, procurando livrar-se dele em busca de novos hábitos. Gosto do Bono como artista. Lendo uma de suas entrevistas certa vez, achei curioso que ele mesmo considera o falar palavrão como um mal hábito que ele possui. Mesmo gostando de sua arte, não significa que eu deva gostar ou adquirir seus maus hábitos.
Jesus elevou os padrões para os seus seguidores, em vez de diminuí-los como muitos aderentes da graça barata parecem pensar que Ele tenha feito. Tiago nos chama para um viver comprometido com os pobres e oprimidos ao mesmo tempo em que nos mantemos incontaminados com o mundo – inclusive no falar (1.26-27). Uma simples leitura a carta de Tiago revela que ele tinha muito a dizer sobre o Cristianismo prático e o uso da língua.
Por tudo isso e mais um pouco, creio que os seguidores de Cristo devem evitar ao máximo o uso de linguagem torpe/obscena, especialmente em público.
Que Deus nos ajude a viver não no legalismo nem na libertinagem, mas na verdadeira liberdade no Espírito.


Sandro Baggio

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

QUEM ENTENDE?

O ser humano é o ser mais complexo em todo o universo. Sua complexidade se revela na diversidade de suas ações, reações, sentimentos, ressentimentos, pensamentos, sonhos, palavras e gestos. Só Deus entende o ser humano em sua plenitude. Isto porque, Ele é o único capaz de sondá-lo e prescrutá-lo devidamente. Sei que isso é óbvio, já que Ele é o Criador. Dentre tantas coisas que revelam a complexidade humana, está a ingratidão. Tal sentimento que se evidencia em pensamentos e ações dá-nos uma noção do que é a natureza humana. Existem vários exemplos bíblicos de ingratidão. Lembro-me de Mefibosete, filho de Jônatas e neto do grande rei Saul. Mefibosete era portador de necessidades especiais. "Quando Saul e Jônatas foram mortos em Jezreel, Mefibosete, filho de Jônatas, tinha cinco anos de idade. Ao chegar a notícia da morte de Saul e de Jônatas, a mulher que cuidava de Mefibosete o pegou e fugiu. Mas estava com tanta pressa, que o deixou cair, e ele ficou manco. (2 Samuel 4:4).
Ao assumir o poder, Davi usou de muita bondade para com Mefibosete. Davi deu a Mefibosete as terras que outrora pertenciam a Saul e contratou um administrador chamado Ziba para cuidar dos negócios dele. Davi fez mais: deu liberdade à Mefibosete para comer pão diariamente no palácio real. Apesar de tudo, Mefibosete foi ingrato.
Quando Davi enfrentou uma crise com seu filho Absalão e teve que sair do palácio refugiando-se no deserto para evitar confronto com seu filho, Mefibosete permaneceu em Jerusalém e disse: "Hoje, a casa de Israel me restituirá o reino de meu pai. (2 Samuel 16:3). Depois ele se justificou para com Davi dizendo que permaneceu em Jerusalém porque não teve ajuda para acompanhá-lo e apoá-lo naquele momento. Tudo indica que isso não era verdade. Davi não acreditou nele. Davi dividiu seus bens com o administrador Ziba. Mefibosete deixou de contar com, rompendo aquele relacionamento de confiança. Mefibosete foi muito ingranto. A ingratidão é uma mal que deveria ser combatido. Conforme as palavras do apóstolo Paulo, a ingratidão é uma das terríveis características da natureza humana e que caracteriza os seres humanos dos últimos dias: "... pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes... (2 Timóteo 3:2). Fico pensando o quanto somos ingrantos para com Deus. A Bíblia nos recomenda a entregarmos todas as nossa preocupações ao Senhor por meio das orações mantendo sempre um coração agradecido. Em tudo dai graças diz a Bíblia ( I Ts.5.17). Digamos sempre, deixando vir do fundo do coração: graças a Deus!
Ricardo Mota

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

FALANDO AO CORAÇÃO


Temos necessidade de ouvir sobre o amor de Deus. Ele, para nos fazer entender seu amor por nós, usa o casamento de um homem com uma mulher. Os princípios que devem ser observados no relacionamento conjugal não apenas garantem a felicidade dos cônjuges, mas, sobretudo revela um grande mistério. Sim, há um mistério revelado. O apóstolo Paulo diz que ao falarmos sobre o relacionamento conjugal nos deparamos com um mistério: Cristo e a igreja (Efésios 5.32).

Casamento não é simplesmente o resultado de uma necessidade física, não é meramente um meio para se preservar a espécie e tampouco uma forma de passar à frente a cultura e tradição. O casamento vai além, transcende a própria felicidade do casal, o casamento visa a glória de Deus. Este é o mistério. A união de um homem com uma mulher pode servir como fator revelador do grande amor de Deus para com a raça humana. O mistério é revelado nos princípios que regem a vida conjugal. Vejamos alguns princípios que devem ser obedecidos para a felicidade conjugal e para a glória de Deus. Deus disse: "Desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias;20 desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás ao SENHOR." Oséias 2.19,20.

Primeiro Princípio - A Legalidade. O compromisso do amor de Deus para conosco, mistério revelado no relacionamento conjugal é em "justiça e juízo. O relacionamento não é leviano, ele está relacionado com a justiça, retidão, direito. É questão de juízo, cuja palavra hebraica usada aqui significa diante de juízes. Para que um homem se casa com uma mulher, independentemente na cultura social ou religiosa, deve haver legalidade jurídica. Isto porque, tal atitude, tem significado espiritual. Deus, em Cristo Jesus, casou-se conosco em justiça e juízo. O casamento de um homem com uma mulher é um símbolo terreno daquilo que é eterno.

Segundo Princípio - O Amor. Benignidade é bondade em ação. A misericórdia é a ação em bondade. Isto traduz o que o amor. Amor é viver para o outro, é abnegação, é compromisso. Quando vivemos este princípio no relacionamento conjugal, revelamos o mistério. Deus nos amou e nos ama com benignidade e misericórdias. O casamento tem o dever de revelar isso.

Terceiro Princípio - A Fidelidade. A palavra hebraica para fidelidade se traduz por firmeza, estabilidade. Deus é fiel, pois não tosqueneja, não vacila, não muda. Para revelar isso aos homens cria o casamento e estabelece o princípio. Quando um casal vive na fidelidade, não apenas se vê livre da desgraça, mas, revela o mistério da fidelidade de Deus.

A grande recompensa em viver os princípios estabelecidos por Deus é poder "conhecer ao Senhor". Segundo as palavras do profeta Oséias mensageiro e a própria mensagem para revelar ao povo o amor de Deus, vivendo os princípios da legalidade, do amor e da fidelidade se conhecerá o Senhor. Isto quer dizer "intimidade com Deus". O verbo hebraico para conhecer (yada') significa intimidade. O mesmo verbo usado para descrever a intimidade de um casal casado. A intimidade de um casal que vive o princípio da legalidade, do amor e da felicidade é a relação sexual. Tal intimidade ilustra o cerne do mistério. Cristo e a igreja.

Sendo assim, casamento é mais do que um evento familiar, social ou religioso. Casamento tem um objetivo ainda mais suplime. Casamento é para a glória de Deus.


Na mesma fé



Ricardo Mota

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

CONVICÇÕES ATÉ O FIM

Nas últimas palavras de um indivíduo se pode perceber e aprender muito do que ele foi e fez. Muitos vivem pouco e aprendem muito, outros vivem muito e aprendem pouco. Parte do poema de William Shakespeare diz: "Aprendi... Que ignorar os fatos não os altera;
Que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;
Que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito;
Que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a
."
O conhecido personagem bíblico, Davi cujo nome significa "amado", aprendeu bastante. "São estas as últimas palavras de Davi: Palavra de Davi, filho de Jessé, palavra do homem que foi exaltado, do ungido do Deus de Jacó, do mavioso salmista de Israel." 2 SAMUEL 23.1
Não temos aqui as últimas palavras sobre Davi, mas, são as últimas palavras de Davi. Ele faz uma análise e confirma suas convicções. O fim chegara! Reconheceu que foi "exaltado por Deus". A convicção de que toda honra que recebemos é fruto da graça de Deus, livra-nos do ensoberbecimento e nos protege contra o triunfalismo. Davi entendeu isso. Teve convicção também da "unção de Deus". Davi entendeu que o Deus o dera uma missão. Unção nada mais é do que capacitação. Ninguém unge a si mesmo. Saber que fomos ungidos por Deus, nos responsabiliza na função a ser desempenhada. Uma outra convicção que Davi levou consigo para a eternidade dizia respeito ao seu relacionamento com Deus. Ele foi um adorador. Somos testemunhas de que Davi foi um "mavioso salmista". Ele adorou a Deus com excelência. Usou seus dons de musicista e compositor para bendizer a Deus durante sua vida. Até hoje usamos seus salmos e somos por eles edificados. Davi morreu. Eu e você, espero que demore, também morreremos. Quais as convicções que temos de nós mesmos? Caso não dê tempo de falarmos ou escrevermos sobre nós mesmos, o que dirão sobre nós.
Aqui jaz ......
Ricardo Mota

terça-feira, 15 de setembro de 2009

LINGUINHA MALDITA

Davi, o filho de Jessé, foi feito rei de Israel. Para quem lê e crê que a Bíblia é a Palavra de Deus, sabe que foi unicamente por causa da graça e do poder de Deus, que aquele rapaz, pastor de ovelha, pôde chegar aonde chegou.

Embora, longe da perfeição, Davi foi uma pessoa bondosa. Quando assumiu o reinado mandou que buscasse Mefibosete, filho de Jônatas que era portador de dificuldades físicas, em ambos os pés. Quando ele era criança deixaram-no cair e, desde então, viveu com as limitações físicas marcantes. Davi, bondoso como era, deu ordens para que se restaurassem a ele, as propriedades do seu avô, Saul, que fora o primeiro rei em Israel. Davi mandou que trouxessem a Mefibosete para morar no palácio real. Querendo fazer mais bondade, enviou alguns dos seus servos para consolarem Hanum, rei amonita. Isto porque, Hanun chorava a morte de seu pai Naás. Davi, por amor do rei falecido queria mostrar seu favor ao filho enlutado. Que legal!

Mas, entra em cena a “lingüinha maldita”. Diz a Bíblia: “Mas os príncipes dos filhos de Amom disseram a seu senhor, Hanum: pensas que, por Davi te haver mandado consoladores, está honrando o teu pai? Porventura, não te enviou ele os seus servos para reconhecerem a cidade, espiá-la e destruí-la?” (2 Samuel 10.3). O rei Hanum não pensou duas vezes. Mandou que raspassem metade da barba dos servos de Davi e lhes cortassem as vestes até às nádegas. Que vergonha! Os servos de Davi ficaram “sobremaneira envergonhados” (2 Sauel 10.5). O final desta história é triste. Não menos de quarenta mil homens perderam a vida em batalha. Tudo por causa da “linguinha maldita” daqueles príncipes do rei Hanum.

Quantas desgraças acontecem por causa do mau uso da língua! Amizades são rompidas, igrejas são divididas, ministérios são enfraquecidos, famílias são desfeitas, mortes acontecem. “Ora, se pomos freios na boca dos cavalos, para nos obedecerem, também lhes dirigimos o corpo inteiro. (Tiago 3.3). Se colocássemos “freios” na nossa boca, ou seja, se pensássemos mais antes de falar, se falássemos depois de pensar; certamente, evitaríamos muitas coisas desagradáveis.

Infelizmente, de uma só boca procede bênção e maldição. "Meus irmãos, não é conveniente que estas cousas sejam assim." (Tiago 3.10).


Ricardo Mota

domingo, 6 de setembro de 2009

GRANDE DESAFIO

O profeta Ezequiel cujo nome significa “Deus fortalece” era filho do sacerdote Buzi. Entendemos que Ezequiel cresceu na expectativa de ser sacerdote como era o seu pai. Um sacerdote exercia seu ministério obedecendo aos turnos devidamente estabelecidos. O sacerdote era muito respeitado. Entendia-se que ele representava, diante de Deus, o seu povo. O sacerdote intercedia pelo povo intensamente; cuidava dos objetos sagrados, e oferecia, em nome do povo, os sacrifícios. Ezequiel queria ser um sacerdote. Mas, este sonho lhe foi tirado. O Império dos Caldeus invadiu Jerusalém, destruiu o templo, levou os objetos sagrados e deportou muitas pessoas, principalmente o rei, o sacerdote e suas respectivas famílias.
Em 597 a.C, Ezequiel estava morando em Tel-Abibe, situada no Canal do Rio Quebar; longe de sua pátria, longe de sua religião, do templo e dos amigos. Neste contexto desolador, em 593 a.C, Deus o chamou para ser profeta. Durante toda sua vida ele pensou que seria sacerdote, agora, Deus o chama para ser profeta. Ser profeta em uma terra distante, falar a um povo desanimado e, sobretudo, rebelde.
Como profeta ele deveria ser diferente. Não melhor que os outros, mas, diferente. Deus disse: ”... não te insurjas como a casa rebelde...” (Ezequiel 2.8). Se a rebeldia era a característica daquele povo por causa das circunstâncias adversas, Ezequiel não poderia coadunar. A rebeldia é um pecado gravíssimo. Insurgir conta Deus é algo terrível! Os contemporâneos de Ezequiel queixavam-se da justiça de Deus, estavam sem esperança, desmotivados, entristecidos e rebeldes. Vivendo em um contexto assim, Ezequiel deveria ser boca de Deus ao seu povo. Ele deveria ser obediente, apesar de tudo. Ezequiel teve uma visão inusitada. Ele viu um livro, escrito por dentro e por fora. Significa a Palavra de Deus. Uma palavra completa, sem espaço para observações ou acréscimos. Ele deveria comer aquele livro. Comer até encher as entranhas, até empanturrar-se. Depois, falar ao povo. O livro, na boca, era doce como mel. A doçura não era pelo conteúdo do livro, mas, por sua origem. Aquele livro era a Palavra de Deus. A experiência mais amarga da vida pode ser docemente satisfatória (Jeremias 15.16; Salmo 19.10; Salmo 119.103). Conforme outros textos como Apocalipse 5.1, entendemos que o tal rolo, embora doce na boca, era amargo no ventre. Isto porque, ao ser digerido, ele confronta estilos e valores que devem ser reconsiderados. Isto é um tanto quanto amargo.
Assim como Ezequiel, vivemos em um mundo cheio de desafios. Duas coisas devem nortear nossa mente e coração: sermos diferentes e obedientes, apesar de tudo.
Que Deus nos ajude!

Ricardo Mota

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Quebrando a Rotina

É fácil deixar-se prender pela rotina no trabalho: o mesmo lugar, fazendo as mesmas coisas, lidando com as mesmas responsabilidades. Isso pode ser confortável, já que a rotina se torna familiar. Mudar pode se tornar difícil por implicar aventurar-se rumo ao desconhecido e incerto. Acomodar-se, porém, pode ser perigoso. O humorista Will Rogers costumava dizer: “Mesmo que esteja no caminho correto, você corre o risco de ser atropelado se ficar sentado!”

Quando você descobre que está preso à rotina, o que o faz se mexer? Para a maioria das pessoas existem três motivadores para promover mudanças, quer gostem ou não:

1. Dor – Seja qual for a maneira como se apresente, pode nos motivar a buscar mudança. Geralmente não é ver a luz que nos leva a mudar, mas sentir seu calor.

2. Pressões – Sentimo-nos pressionados quando o médico nos dá uma trágica notícia: “Ou perde 25 quilos ou vai morrer!” Ou então, quando o chefe nos intima: “Ou melhore seu desempenho ou será despedido!” O problema da pressão como motivador é que ela não dura muito tempo. Quando a pressão diminui e o problema é solucionado ou a crise avassaladora passa, o mesmo acontece com a motivação. Tudo fica perfeito no mundo e voltamos à nossa vidinha de sempre!

3. Perspectiva – Adquire-se perspectiva quando se tem um panorama amplo de uma situação ou quando se é profundamente inspirado por uma visão ou propósito desafiador. Perspectiva envolve uma pessoa quando ela toma consciência de que está desperdiçando seu potencial e oportunidades promissoras que atravessam seu caminho.

Entretanto, não precisamos esperar até sermos motivados pela dor, pelas pressões ou até adquirirmos uma perspectiva. A Bíblia nos lembra:“Se você esperar pelas condições perfeitas, jamais fará qualquer coisa” (Eclesiastes 11.4). Eis alguns passos para quebrar a rotina:

. Assuma a responsabilidade de sua própria vida. Recuse-se a ser um justificador (aquele que racionaliza seus fracassos), ou um acusador (aquele que culpa outras pessoas por suas falhas). Antes, seja aquele que escolhe e opte por romper com a rotina que o cerca.

. Creia que você pode. Pare de dizer, “Não posso!”, e comece a afirmar, “Eu posso!”. Agindo assim, pode se surpreender ao descobrir que realmente você pode.

. Deixe claro o que você realmente quer. Escreva como você gostaria de mudar e o que gostaria de ver mudado. Seja específico.

. Não espere pelas circunstâncias ideais. Pare de dizer: “Vou fazer isto um dia desses quando as coisas forem mais favoráveis.” Faça-o agora! “Um dia desses”, na verdade, é “dia nenhum”.
Por Rick Warren

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

DEUS É JUSTO!


Zeruia tinha três filhos: Joabe, Abisai e Asael. Joabe era capitão do exército de Davi. Joabe, ao ficar sabendo que Abner, ex-capitão do exército de Saul fizera aliança com Davi, deixou a inveja tomar conta do seu coração. Joabe, alegando ser vingador do sangue de seu irmão Asael, morto em batalha por Abner, foi e matou Abner. Conforme a palavra de Davi, Abner era um príncipe, “um grande homem” (2 Samuel 3.38). Mesmo sendo rei em Israel, Davi ainda se sentia fraco para confrontar o guerreiro Joabe. Ele disse: “No presente, sou fraco, embora ungido rei; estes homens, filhos de Zeruia, são mais fortes do que eu. Retribua o SENHOR ao que fez mal segundo a sua maldade.” (2 Sammuel 3.39). Isto nos ensina uma grande lição. O inimigo de nossas almas é muito mais forte do que nós, sejamos realistas. Nossos adversários, muito mais espertos do que nós, reconheçamos isso. Como fazer? Davi nos ensina que, embora ungidos do Senhor, somos mais fracos que os adversários. Então devemos nos recorrer à justiça do Senhor. “Em Cristo Jesus, somos mais que vencedores disse o apóstolo Paulo” (Romanos 8.37). Certamente, você como eu, desejamos ser aceitos por todos, queridos por todos amados por todos. Isso não é possível. Jesus também ensinou como se trata inimigos: “Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; Mateus 5:44. A melhor maneira de amar alguém quem não nos ama, é orar por ele. Deus é bom, e muitas vezes quer nos corrigir usando circunstâncias ou pessoas adversas. Em tudo, Deus tem propósito conosco que vivemos e tememos o seu nome. Coragem!
Ricardo Mota

sábado, 15 de agosto de 2009

DICA DE LIVRO

Acabei de ler o livro que ganhei de presente pelo "Dia dos Pais". Excelente!
Não será tão chocante para aqueles que já entenderam a diferença entre Igreja e Instituição Religiosa. Porém, muitos se sentirão desafiados a dar respostas mais profundas à religiosidade mantida, muitas vezes, por mera tradição ou medo.
Para aqueles que tem me ouvido nos últimos anos sabem que amo a instituição religiosa que faço parte, mas, sem nunca, supervalorizá-la.
No processo de institucionalização, até mesmo as amizades correm o risco de serem feitas por tarefas e não expontaneamente como deve ser.
Enquanto as religiões se batem e debatem em nome de formas, a essência da fé, que é o relacionamento, fica prejudicado.
As frustrações com pessoas, geralmente, se dão entre o pórtico e o púlpito por mais incrível que pareça. Oremos para que Deus nos dê graça para vivermos uma vida de relacionamento estreito com Ele, produzindo uma qualidade de vida melhor com os nossos irmãos em Cristo. Peçamos também a Deus que nos dê paciência e amor com os quais convivemos por força institucional e que, provavelmente, ainda não se converteram a Cristo. Fazer o que?


Um abraço,

Ricardo Mota

CONVITE ESPECIAL




domingo, 9 de agosto de 2009

A HISTÓRIA DE UM HOMEM


No G1, jornal eletrônico da Rede Globo, notifica que o “filho do ator Michael Douglas pode ser condenado a prisão perpétua por tráfico de drogas, segundo documentos judiciais. Cameron Douglas, 30 anos, está preso desde o dia 28 de julho deste ano, mas a notícia de sua prisão só veio à tona na última quarta-feira. Cameron pode pegar no mínimo dez anos e no máximo prisão perpétua pelas acusações de porte e venda da anfetamina conhecida nas ruas como "crystal meth" ou "ice", fumada em cachimbos.” Ah! Hoje se comemora o “Dia dos Pais”. É o tipo de coisa que um pai nunca espera, ou, que nunca deveria esperar. Precisamos de modelos de pais. Sem muito esforço vem à minha mente o personagem bíblico Noé. A Bíblia não fala sobre a vida financeira de Noé, não fala sobre seu poder político. Noé não foi um daqueles pregadores “bem sucedidos” que tem o poder da persuasão. Isto porque, por 120 anos anunciava o iminente juízo de Deus e ninguém se converteu. Aliás, quase ninguém, pois tudo indica que sua família creu nele. Ser pai é muito mais do que dar aos filhos um carro, uma moto, um celular ou um computador do último modelo. Ser pai é ser modelo, escrever uma história que vale a pena ser repetida. “ Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus. ” Gênesis 6.9. Noé viveu em uma época extremamente difícil. A violência era tanta o desígnio do coração dos homens era tão mau, que Deus até se arrependeu de o ter criado. Certamente, um antropoformismo usado aqui para expressar o tamanho do descontentamento de Deus pela criação do homem. Lameque, o pai de Noé, colocou este nome no filho com a expectativa de que as coisas um dia pudessem melhorar. Ele disse: “Noé nos consolará dos nossos trabalhos e das fadigas de nossas mãos, nesta terra que o SENHOR amaldiçoou.” Gênesis 5.29.
De fato, Noé foi um homem diferenciado. Ele é um sinal de que a graça e a misericórdia de Deus não tem fim. Noé achou graça diante dos olhos de Deus. Graças à sua obediência, a humanidade foi preservada. Ele tipifica Cristo. Mas, o que mais se pode falar de Noé e servir de modelo para nós hoje?
NOÉ era homem justo e íntegro para com seus contemporâneos. Justiça se percebe no trato com outras pessoas. Ele vivia inteiramente de acordo com a verdade dos fatos. Daí o adjetivo “íntegro”. A integridade não é uma atitude medida pela ausência de erros, mas pela decisão de não repeti-los-los. Além de justo e íntegro, a Bíblia diz que Noé era cuidadoso e fiel para com sua família.
Noé “gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé.” Gn.6.10. O pregador da justiça, como escreveu bem depois o apóstolo Pedro (2 Pedro 2.5), salvou toda a sua casa. Ele, sua esposa, seus três filhos com as respectivas esposas, oito pessoas preservadas da ira de Deus.
Noé pode não ter sido um homem rico, pode não ter sido um político influente ou mesmo um artista famoso. Mas, foi um bom pai de família.


Ricardo Mota

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

SER LIGEIRO NÃO É TUDO!


Davi, o amado de Deus, desde que chamado para ser rei em Israel passou por muitas lutas. Quando não envolvido pessoalmente em alguma batalha, alguém batalhava em nome dele. Imediatamente após o rei Saul ter cometido suicídio, Abner, o capitão do seu exército, tomou um dos filhos de Saul, Is-bosete, e o proclamou rei em todo Israel, com exceção da tribo de Judá, cujos homens ungiram a Davi , rei sobre eles. Na verdade, Is-bosete não tinha nenhum chamado para ser rei. Mas Abner, por fidelidade ao falecido rei Saul, tentava proteger de todas as formas a dinastia de Saul. Neste ambiente de disputa pelo poder e dúvida nacional, a Bíblia menciona um indivíduo chamado Asael. Asael era filho de Zeruia e tinha dois irmãos: Joabe e Absai. Joabe recebeu maior destaque, pois era capitão do exército de Davi. Mas, Asael é o foco de nossa atenção. Ele era ligeiro de pés. Ele era ligeiro de pés, como uma gazela selvagem (2 Samuel 2.18). Por ser tão rápido, ele se sentia muito seguro. Talvez pensasse que ninguém poderia alcançá-lo. Ele estava enganado! Ser ligeiro ou esperto, não é tudo. Asael perseguia Abner, o capitão do exército de Saul. Certo dia, Abner olhou para trás e verificou que Asael o perseguia. Avisou: Deixe de me perseguir, saia de atrás de mim, desvia-te ou para a direita ou para a esquerda. Asael não deu ouvidos. Talvez, confiasse nos seus pés ligeiros. Abner era um guerreiro, não suportaria aquela situação. Avisou novamente: Pare de mim perseguir, eu não quero ferir-te. Se eu ferir você como olharei nos olhos do seu irmão Joabe? Mas, Asael não deu ouvidos. Com uma lança, Abner o feriu no abdômen e o matou. Ser ligeiro não é tudo. É preciso ser sábio. A atitude não sábia de Asael custou-lhe a vida e motivou o ódio no coração de Joabe, seu irmão. Joabe sabendo que Abner tinha feito aliança com Davi, deixou os sentimentos de vingança e ciúme dominarem seu coração. Vingança porque Abner tinha matado Asael, seu irmão e ciúme, porque se sentiu preterido ao saber que Abner, capitão de exército como ele, agora estaria do mesmo lado, junto com Davi. E daí? Que mensagem podemos tirar para nós hoje? Penso que tal história pode nos alertar sobre o perigo de uma “falsa segurança”. Asael era ligeiro de pés, confiou em sua capacidade e se deu mal. Talvez não sejamos tão ligeiros de pés. Mas, nos julgamos esperto nos negócios, fortes ou atraentes fisicamente. Ou nos sintamos seguros por aquilo que pensamos ter. Eu prefiro convencer o meu próprio coração e mente de que minhas habilidades são frutos da graça de Deus. Prefiro confiar no poder e na força de Deus, do que na minha própria. O prejuízo em pensar de nós mesmos mais do que convém se perceberá mais cedo ou mais tarde. Asael fez com que seu irmão tivesse as mãos manchadas de sangue de um homem descrito por Davi como “um príncipe e um grande homem” (2 Samuel 3.38). Davi disse: “no presente, sou fraco, embora ungido rei; estes homens, filhos de Zeruia, são mais fortes do que eu. Retribua o Senhor ao que fez mal segundo a sua maldade” (2 Samuel 3.39).


Ricardo Mota

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

PRIMEIRA REUNIÃO DO PROJETO RELIGARE



Domingo, dia 02 de agosto, às 19h30, demos início às reuniões do "Projeto Religare". Foi uma bênção! Compartilhamos sobre o tema "Viver com Sabedoria".
Baseado no texto bíblico de Jeremias capítulo 29.1-14, afirmamos que viver com sabedoria é: 1. crer na soberania de Deus; 2. adpatar-se sem perder os princípios; 3. discernir sonho e realidade.
Esperamos em Deus que no próximo domingo, às 19h30, tenhamos mais uma abençoada reunião. Você que acessou este blog, sinta-se convidado.
Local: Execute Inn Hotel - Av. Rondom Pacheco, 5000 / Sala Rondom Pacheco.
Até lá,

Ricardo Mota

sexta-feira, 31 de julho de 2009

CAMPO DAS ESPADAS


Há uma pergunta básica relacionada com todas as lutas, a saber: quem vencerá? Após o suicídio de Saul, Davi começou a reinar sobre a tribo de Judá. Abner, capitão do exército de Saul, tomou a Is-Bosete, filho de Saul, e o constituiu rei sobre todo o Israel. Is-Bosete, filho de Saul, quando começou a reinar sobre Israel, tinha 40 anos e reinou dois anos.
Em Gibeom, Abner, capitão do exército e “testa de ferro” de Is-Bosete, travou uma luta com os homens de Davi. Da luta travada entre os homens do exército de Is-Bosete e Davi foi uma luta sem vencedor. O que pode nos ensinar muito ao travarmos nossas próprias lutas. Senão vejamos: doze homens do exército de Is-Bosete, contra doze homens do exército de Davi. Quem venceu? Ninguém. A Bíblia diz que “cada um lançou mão da cabeça do outro, meteu-lhe a espada no lado, e caíram juntamente; donde se chamou àquele lugar Campo das Espadas, que está junto a Gibeom”. (2 Samuel 2.16).
Que coisa mais doida! Uma briga de vinte e quatro soldados onde se verifica uma baixa de vinte e quatro soldados. Uma luta sem vencedor!
Isso me fez pensar que nas minhas “lutas” tenho sido tão tolo quanto aqueles soldados. Ora, se eu lutar da mesma forma contra o(s) adversário(s) correrei o risco de padecer juntamente. O inimigo cai pra lá, eu caio pra cá. Quem venceu? Ninguém!
Então me ocorreu o que disse o apóstolo Paulo: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas;”(2 Coríntios 10.4). Ora a conclusão é óbvia: se eu ou você lutarmos do mesmo jeito que os nossos adversários, perecemos igualmente. Para que não façamos de nossa vida um “campo das espadas”, devemos usar uma estratégia diferente. Oração. Se orarmos ao Senhor pedindo que Ele julgue a nossa causa, faça justiça nas questões que nos envolvem, sejam elas, espirituais, relacionais ou materiais, teremos mais chances na batalha. Mesmo que aconteça uma aparente derrota, ela servirá como instrumento nas mãos de Deus para nos abençoar.
É comum algumas batalhas na vida durarem mais tempo do que imaginávamos. No caso da batalha de Davi com os casa de Saul, durou muito tempo. Todavia, a Bíblia diz que Davi se fortalecia cada dia mais e os da casa de Saul se enfraqueciam (2 Samuel 3.1).
Fazendo o solilóquio como Davi fez, digo ao meu próprio coração: “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu”. (Salmo 42.11).

Ricardo Mota

segunda-feira, 27 de julho de 2009

CUMPRIR O PROPÓSITO


Convivo com crianças, adolescentes, adultos e idosos. Conheço pessoas pobres, ricas, sadias e doentes. Desde 1986 tenho exercido a função pastoral. Tenho tido o privilégio de alegrar-me com muitas pessoas, em diferentes circunstâncias. Tenho tido a oportunidade de estar ao lado de pessoas em meio às adversidades e circunstâncias trágicas. Tenho tido a alegria de pegar nos braços crianças recém nascidas, mas, também, já tive que carregar crianças mortas. Tem uma pergunta que, necessariamente, fica cravada na mente de alguém que lida com pessoas. Qual a razão da vida? Qual o propósito de tudo? Uma coisa é clara: nós não estamos aqui por acaso! Há um propósito. Obviamente, o propósito da vida não está nas realizações pessoais. Isto porque, mesmo após muitas realizações os homens podem não se sentir realizados. Todavia, todos aqueles que, durante sua vida, se relacionam com Deus, se sentem verdadeiramente realizados. O que dá sentido à vida é conhecer o seu propósito. O propósito da existência humana não é uma questão de escolha. Ele é predeterminado. O ser humano foi criado com o propósito de glorificar a Deus. A vida nos proporciona várias oportunidades de, por meio das escolhas, cumprirmos o propósito. No livro “Você não está aqui por acaso” Rick Warren diz que devemos nos preparar para respondermos duas perguntas diante de Deus. O que fizemos em relação a Jesus Cristo? E, o que você fizemos com as coisas que Dele recebemos? A resposta à primeira pergunta determinará onde passaremos a eternidade. A resposta à segunda determinará o que faremos na eternidade. Mais do que ser bem sucedido, realizar muitas coisas e ser alguma coisa, devemos desejar cumprir o propósito!



Ricardo Mota

sexta-feira, 24 de julho de 2009

INÍCIO DO PROJETO RELIGARE


A CONVICÇÃO DO CHAMADO


O que motiva alguém a fazer o que faz? O que dá forças para o médico cumprir os plantões, o advogado ler e reler os processos, o político eleborar projetos visando o bem comum, o funcionário público receber inúmeras pessoas, o sacerdote continuar seu ministério?
Conforme a mentalidade capitalista, consumista e materialista, o dinheiro é a válvula motriz de tudo. Todavia, não é prudente generalizar. Existem pessoas que fazem o que fazem por uma questão de vocação. Espiritualizando o assunto, podemos dizer que Deus capacita pessoas para diversas realizações. Creiamos ou não, ninguém é o que é, faz o que faz, por capacidade própria. Isto porque, a própria vida é dada e não conquistada.
A alegria em fazer alguma coisa, está na convicção do “chamado”. Sem a convicção do chamado para realizarmos a vocação, não suportaríamos as adversidades, o dia mal e, principalmente, as críticas. A única coisa que pode dar forças ao vocacionado para continuar sua função, é a convicção de que foi “chamado” para isso.
É interessante saber que pessoas falam de você, mas, não para você. Se incomodam em saber que outros gostam de você. Tentam, socialmente, fazer com que deixem de gostar e de respeitarem você. Apesar de tudo, você deve amar os tais, o que não significa andar com eles. Nós queremos andar com quem gostamos.
A prova de que amamos até mesmo os inimigos, é orar por eles. Isso só fará bem! A oração filtrará o coração de ressentimentos, sentimentos de amargura, inimizade ou ódio.
Deus, o justo juiz, julgará a causa. Descanse Nele!

Ricardo Mota

terça-feira, 21 de julho de 2009

VIAGEM MENTAL AO PASSADO


Entendi melhor o que o profeta Jeremias desejou expressar ao escrever: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança.” Lamentações 3:21. Isto porque, aproveitando os dias de férias, fiz uma viagem com meu pai à sua região de origem. É interessante como as histórias borbulham na mente humana. Muitas histórias, ao serem narradas, fazem bem, outras, nem tanto. Meu pai, como todos as demais pessoas vivem a vida acumulando na mente e na alma, fatos, boatos, verdades, mentiras, sentimentos, ressentimentos, tristezas, alegrias, ira, prazeres, dúvidas, e muitas outras coisas. Seria possível escolher o que trazer à memória? Endel Tulving, um neurocientista canadense, que por sinal nasceu no mesmo ano que meu pai, 1927, definiu a memória como sendo “uma viagem mental no tempo”. Se assim é, podemos ou não fazer tal viagem mental. Apenas lembrar de fatos é uma coisa, mas, verbalizá-los, comentá-los, e de certa forma, vivê-los, evidencia o “trazer à memória” ou “fazer a viagem ao passado”. A recomendação do profeta Jeremias foi: “trazer à memória o que pode dar esperança”. Com certeza, ele tinha muitas lembranças ruins. Viu a derrocada de sua nação e foi acusado de traidor. Jeremias viu seu povo ser levado para o cativeiro sob a tirania impiedosa dos caldeus. Mas, o profeta poderia também trazer à sua memória o avivamento espiritual que aconteceu nos dias do rei Josias, quando foi encontrado o livro da Lei do Senhor em um cantinho empoeirado do templo. Sim, ele poderia se lembrar de muitas coisas, mas, resolveu trazer à memória apenas o que lhe dava esperança. Na viagem que fiz com meu pai, ele trouxe à memória muitas coisas boas. Infelizmente, insistia em trazer também, muitas coisas que não dão esperança. Ao final da “viagem” o narrador e o ouvinte se mostraram cansados. Jeremias, o profeta, certamente se lembrava de muitas coisas, mas, inteligentemente, resolveu trazer à sua memória só o que lhe dava esperança. Bom conselho!
Ricardo Mota

segunda-feira, 20 de julho de 2009

ALEGRIA DE TER O SUFICIENTE


Um conhecido psicólogo, especializado em aconselhamento financeiro, disse que com o declínio da fortuna de seus clientes, sua clínica prosperou. Ele declarou estar mais ocupado do que jamais esteve em 30 anos. Ele afirma que as pessoas ricas nunca estiveram tão alarmadas: “Elas acreditam que essa recessão é semi-permanente”. Pesquisas indicam que dinheiro e situação econômica lideram a lista dos fatores que provocam estresse, para 8 entre cada 10 pessoas, no mundo ocidental, e os mais ricos não estão imunes.
O escritor Richard Peterson fala a respeito de um cliente, “cuja fortuna, antes estimada em U$ 400 milhões, hoje vale U$ 200 milhões! Pelo seu comportamento, você poderia pensar que se trata de alguém prestes a se tornar um morador de rua, uma sucata da sociedade. Está aborrecido por não poder mais manter seu jatinho privado. Está à beira da devastação, porque agora terá de voar de primeira classe em vôos comerciais!” O lema que prevalece no mercado de trabalho do século XXI parece ser: “Vida, liberdade e busca de apenas um pouquinho mais”.
Compare essa filosofia com a convicção fundamentada na Bíblia: “Vocês são bem-aventurados quando estão satisfeitos em ser exatamente quem são – nem mais, nem menos. Neste momento vocês descobrem que são orgulhosos possuidores de tudo aquilo que não pode ser comprado” (Mateus 5.5 – tradução livre).
Um rico empresário da Avenida Madison, em New York, caminhava ao longo da praia de uma comunidade litorânea em suas férias. O CEO notou um pescador ocioso, sentado ao lado de seu barco, sua pele bronzeada e curtida pelo sol, vento e água do mar. Ele parecia não ter pressa para fazer coisa alguma. Curioso com a falta de atividade do pescador, o empresário perguntou-lhe:
- Por que você não está pescando?
- Porque já peguei peixes suficientes para o dia de hoje - respondeu o pescador.
- Por que você não pesca mais do que precisa? - perguntou o empresário.
- O que eu faria com o excedente?
- Você poderia ganhar mais dinheiro e comprar um barco melhor; com isso, poderia ir mais longe mar a dentro, pegar peixes maiores, comprar redes de nylon e ganhar mais dinheiro. Em breve poderia ter uma frota de barcos e ficar rico como eu.
O pescador ficou pensativo e depois perguntou: - E depois, o que eu faria?
- Você poderia descansar e desfrutar da vida.
- E o que você acha que eu estou fazendo agora? - respondeu o sábio pescador.
Querer mais, mais e mais! Nos principais centros de negócios do mundo, a atitude dominante parece ser: “Mais dinheiro, mais coisas, mais status!” Esse é um círculo implacável, sem fim, que gera cobiça e descontentamento, bem como úlceras e ataque cardíaco.
Podemos comparar esse ponto de vista com a perspectiva oferecida pelo apóstolo Paulo: “Aprendi a estar satisfeito em qualquer circunstância” (Filipenses 4.11 – tradução livre).
Por Robert D. Foster

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A DINÂMICA DA CURA


Podemos interpretar um milagre como algo pontual. Todavia podemos pensar no milagre como um processo, com uma dinâmica que revela valores que vão para além do fato em si. Agrada-me pensar assim. A vida e ações de Jesus não são conhecidas na totalidade por nós. Todavia, graças a Deus, temos o registro suficiente de algumas ações de Jesus que nos motivam sobremaneira. Ouso afirmar que todas as curas que Jesus realizou tem uma mesma dinâmica. Ele valoriza as pessoas mais do que coisas e conceitos; Ele confronta com ousadia o mal repreendendo-o com autoridade singular e, dá a todos a oportunidade de glorificarem a Deus. Pensemos naquele milagre que Jesus realizou em um certo sábado e uma certa sinagoga. Uma mulher tinha “um espírito de enfermidade” que a obrigava a caminhar olhando para o chão. Aquela mulher vivia encurvada há 18 anos. Jesus a curou. Mas reparemos a dinâmica da cura (Lucas 13.10-17).
Jesus valorizou o ser – Só mesmo por causa deste Rabi maravilhoso, pode-se verificar a presença de uma mulher na sinagoga. Jesus valorizou as pessoas como nenhum outro mestre. Jesus se dirigiu àquela mulher e disse o que ela mais gostaria de ouvir: “estás livre da tua enfermidade”. Mas, a valorização do ser inclui o toque. Jesus impôs as mãos sobre aquela mulher e logo ela se endireitou. Ela pôde olhar as pessoas nos olhos e, certamente, erguer os olhos e dar glória a Deus. A cura que Jesus opera não é algo pontual ou estático. Os milagres são maravilhosos, mas, vão além do fato. A cura tem uma dinâmica e começa com a valorização do ser. A bênção é ainda maior...
Há ainda, na dinâmica da cura, a confrontação do mal. O mal não é necessariamente espiritual. Às vezes ele é conceitual. O “chefe da sinagoga” não vibrou com a cura. Paradoxalmente, ele ficou indignado e exortou à multidão: “Seis dias há em que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados e não no sábado.” (Lucas 13.14). Jesus confrontou este mal! Além de libertar aquela mulher de um cativeiro espiritual que se arrastava por quase duas décadas, ele confrontou o mal travestido de religião. Jesus repreendeu o “chefe da sinagoga” chamando-o de hipócrita e revelando a incongruência e incoerência. A mera religiosidade leva as pessoas a valorizarem mais as coisas ou conceitos do que pessoas. Na dinâmica da cura o mal, com suas múltiplas facetas, precisa ser confrontado e envergonhado. Percebe-se que, na verdade, não era apenas o “chefe da sinagoga” o instrumento de oposição à cura. O texto sagrado de que havia outros adversários e que todos estes adversários se envergonharam (Lucas 13.17a).
Finalmente, a dinâmica da cura tem seu aspecto terminal na glorificação de Deus. O texto bíblico é claro ao dizer que a mulher teve o corpo endireitado e passou a glorificar a Deus. O milagre também fez com que o povo se alegrasse e glorificasse a Deus (Lucas 13.17b).
Os milagres de Deus foram e são mais do que o fato em si mesmo. Os feitos de Deus visam a valorização do ser, o confrontação do mal e a glorificação de Deus. Sim, glória a Deus!

Ricardo Mota

terça-feira, 7 de julho de 2009

A PRAGA DO BARULHO

Labutamos em um mundo barulhento, onde uma cacofonia de mensagens rivalizam entre si, chamando nossa atenção e paralisando nossa capacidade de pensar. É o celular tocando para avisar da entrada de chamadas e mensagens de texto, o computador anunciando a chegada de novos e-mails, aparelhos de MP3 e iPods tocando nossas músicas favoritas e o som estridente de aparelhos de TV e rádio transmitindo músicas e enxurradas de palavras. Nunca antes na história da humanidade houve tantos falando tanto sobre tão pouco.

Ministrei uma aula sobre comunicação nos negócios, em que discutimos como diferentes tipos de ruído inibem a eficiência na comunicação interpessoal e de grupos. Um barulho súbito, fora da sala de reunião, pode interromper um conversa. Sirenes, barulho do trânsito, de construções na rua, desviam nossa atenção. Até uma cadeira mal lubrificada pode perturbar a fluência de palavras e idéias com seu chiado.

Outros tipos de “ruídos” afetam nosso desempenho. Temores e preocupações congestionam o fluxo do pensamento. Estresse e pressões inibem idéias criativas. Ciúme, ira, amargura e inveja produzem “ruídos” na mente, que afetam a forma de pensar e de expor. Mas apesar da sobrecarga dessas formas de barulho, acabamos nos acostumando, a ponto de, ao entrar em local silencioso, sermos tentados a buscar algo que quebre essa quietude.

Embora sendo uma praga, temos esquecido como é a vida sem barulho. Quietude e repouso já não são qualidades de vida que atraem. Mas é na calma e quietude que nos descobrimos criativos, quando idéias e visões têm tempo e lugar para tomarem forma, desenvolver-se, amadurecer e vir à luz. A Bíblia fala sobre a virtude de afastar-se do clamor circundante para pensar, meditar, refletir e recarregar as baterias mental, emocional e espiritual. Fugir do barulho nos permite:

. Realinhar nossas prioridades. Por que estamos aqui? Por que fazemos o que fazemos? São perguntas honestas que examinam nossa motivação interior, mas raramente são respondidas ou analisadas adequadamente em meio à correria e tumulto cotidianos. “Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus” (Salmos 46.10).

. Oportunidade de receber sabedoria divina. Quando buscamos orientação ou soluções para problemas difíceis, não existe outra fonte que nos dê discernimento a não ser Deus. “Descansa no Senhor e espera n’Ele... Espera no Senhor e guarda o Seu caminho” (Salmos 37.7;34).

. Refletir sobre princípios provados para obter êxito. Como o Supremo Arquiteto, Deus estabeleceu princípios para vida e trabalho, que já foram testados ao longo de séculos. Precisamos revê-los constantemente. “Não deixe de falar as palavras deste livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem-sucedido” (Josué 1.8).

. Tempo para reafirmar nossas convicções. Talvez muitas das decisões antiéticas e escandalosas de grandes líderes pudessem ter sido evitadas se tivessem separado tempo para recolher-se e reconsiderar o impacto e alcance de suas ações. “Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26.41).

Por Robert J. Tamasy


domingo, 5 de julho de 2009

O DESENCANTAMENTO ESPIRITUAL

A expressão “desencantamento” foi usada pelo alemão Max Weber, em 1920, na segunda versão de “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”. Trata-se da supressão da magia, uma espécie de desmagificação. Talvez o mesmo fenômeno esteja acontecendo hoje em dia com muitas pessoas em relação à igreja, ou melhor, em relação às instituições religiosas que supostamente encarnaram a igreja, o Corpo de Cristo. A igreja, Corpo de Cristo, espalhada e representada hoje em diferentes línguas e culturas se dá a conhecer, via de regra, pelas inúmeras instituições religiosas. Pelos erros históricos cometidos por meio dos que representam a igreja sócio-politicamente, no passado e no presente, provocam em muitos um “desencantamento”. Não é raro encontrarmos pessoas feridas e decepcionadas com a “igreja” que freqüentavam. Encontrei uma dessas pessoas no sábado e outra no domingo. A primeira está doente, lutando contra a depressão e atribui a culpa à instituição religiosa que, desde criança, pertenceu. Alegando ter sido injustiçada, não alvo de amor, não quer nem mesmo passar perto daquele lugar onde congregou por muitos anos. A segunda, desmotivada por perceber no meio da igreja que freqüentava, pessoas totalmente alheias ao trabalho desenvolvido e, até mesmo, o “sucesso” daquela comunidade no exercício de suas funções. As críticas são cruéis advindas de gente que, por questão de bom senso, deveriam entrar mudas e saírem caladas, considerando a nulidade da membresia e testemunho. Conversar com estas pessoas desencantadas, talvez seja a tarefa mais árdua de uma pessoa que deseja ver outras crescendo e felizes. Re-evangelizar é uma tarefa ingrata. Desmistificar o que as pessoas acreditam ser a IGREJA é uma tarefa quase que inglória. Explicar a diferença entre cristão e discípulo; igreja e instituição; empresário e pastor; benção e dinheiro; e outras coisas não é fácil!

Max Weber falou sobre o “desencantamento com o mundo”. Talvez isso definiria o avanço protestante desde a Reforma em 1517. Mas, “desencantamento espiritual”, talvez seja a marca assustadora dos nossos dias. Pode parecer um paradoxo falar sobre desencantamento espiritual em um país onde cresce de forma fenomenal a quantidade de “evangélicos”. Foi assim também na Europa, hoje, um campo missionário. A secularização, o desapontamento com o cristianismo e sua ficha histórica sombria, o interesse mercadológico e outros fatores, ofuscaram a fé genuína. O Brasil caminha também na mesma direção. O desencantamento já permeia o coração de mais de 30 milhões de pessoas. São rotulados como “desviados”.

O que fazer para não sofrermos um desencantamento espiritual? Manter um relacionamento com Deus estreito, sem aceitar manipulação litúrgica ou apresentação teatral daqueles que acreditam ter uma espécie de patente celestial.

Jesus disse que as “portas do inferno não prevalecerão contra a igreja”. Como institucionalizado que sou, luto para que as instituições religiosas, não pensem de si mais do que convém. Como membro do Corpo de Cristo, luto para que a igreja não de olvide de sua identidade e missão. Para uma coisa e outra, que Deus me ajude!

Ricardo Mota

sábado, 4 de julho de 2009

NABAL, O INGRATO

Penso que não exite nada pior do que a ingratidão. Ela cega o entendimento e os sentimentos. A ingratidão produz indignação no coração dos outros. Nabal, personagem bíblico, é lembrado por sua ingratidão. "Havia um homem, em Maom, que tinha as suas possessões no Carmelo; homem abastado, tinha três mil ovelhas e mil cabras e estava tosquiando as suas ovelhas no Carmelo.3 Nabal era o nome deste homem, e Abigail, o de sua mulher; esta era sensata e formosa, porém o homem era duro e maligno em todo o seu trato. Era ele da casa de Calebe." I Samuel 25.2,3.

Davi, o filho de Jessé havia derrotado o filisteu Golias. Saul, o rei em Israel ficou com inveja de Davi porque o povo começou a cantar: "Saul é bom, mas, Davi é melhor". Davi passou a ser um foragido. Com um pequeno exército, Davi dependia da benevolência do povo. Afinal, todos sabiam que Davi era um herói. Davi estava acampado em uma montanha na costa mediterrânea do norte de Israel, denominada Carmelo, que significa terra fértil. Nabal, era um homem rico. Tinha muitos carmelos ovelhas e cabras. Davi sempre foi gentil com os funcionários de Nabal e, muitas vezes, os atendeu de dia e de noite, suprindo suas necessidade e providenciando segurança para eles e as posses de Nabal. Mas, quando Davi precisou da ajuda de Nabal, este o desprezou sobremaneira.
Davi ficou envergonhado perante seu pequeno exército. Movido por sentimento de vingança resolveu dar cabo de Nabal e de todos os homens que habitavam sua fazenda. Mas, Deus usou a esposa do louco Nabal. Abgail foi ao encontro de Davi, pediu perdão em nome do seu esposo e humilhou-se diante do futuro rei de Israel. Davi reconheceu que Abgail foi um instrumento de Deus para evitar que uma loucura fosse feita. Deus mesmo se encarregou de julgar as atitudes de Nabal. Dez dias depois, a Bíblia diz que Deus mesmo feriu Nabal e ele morreu.
Quase que a ingratidão de Nabal provoca uma desgraça na vida de muitas pessoas.
Sejamos agradecidos por tudo.
Ricardo Mota

sexta-feira, 3 de julho de 2009

UMA IGREJA VIVA E ATIVA

Houve mais uma reunião da equipe pastoral em busca da edificação do povo de Deus. Desta vez meditamos em Atos 3.1 a 11. "Pedro e João subiam ao templo para a oração da hora nona. Era levado um homem, coxo de nascença, o qual punham diariamente à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam. Vendo ele a Pedro e João, que iam entrar no templo, implorava que lhe dessem uma esmola. Pedro, fitando-o, juntamente com João, disse: Olha para nós. Ele os olhava atentamente, esperando receber alguma coisa. Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! E, tomando-o pela mão direita, o levantou; imediatamente, os seus pés e tornozelos se firmaram; de um salto se pôs em pé, passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus. Viu-o todo o povo a andar e a louvar a Deus, e reconheceram ser ele o mesmo que esmolava, assentado à Porta Formosa do templo; e se encheram de admiração e assombro por isso que lhe acontecera. Apegando-se ele a Pedro e a João, todo o povo correu atônito para junto deles no pórtico chamado de Salomão."
Evidentemente que muitas lições podem ser extraídas deste texto. Mas, considerando a dificuldade que enfrentamos para definirmos "quem somos?"; "onde estamos?" e o "que fazer?" Um texto como o mencionado acima pode nos ajudar sobremaneira nesta "crise existencial".
Pedro e João, discípulos de Jesus, tinham vencido a crise. Pedro não mais desejava se esconder atrás das colunas do templo e João já não estava trancafiado no cenáculo. Eles eram agora, representantes autênticos da fé plantada por Jesus, o Nazareno. Representam os crentes em Jesus. O que podemos aprender olhando para eles?
Primeiramente aprendemos sobre o caráter piedoso. O versículo primeiro diz: “Pedro e João subiam ao templo para a oração da hora nona." Pode parecer muito simples, mas, sem uma vida disciplinada de oração, estamos fadados ao fracasso, se é que o fracasso já não é real... A oração significa relacionamento com Deus, revelando nosso “senso de insuficiência” ou total dependência de Deus. A “hora nona”, provavelmente três horas da tarde, era um bom costume. No horário do rush, como que uma ação subversiva ao materialismo ou ativismos, paravam para orar. Algo assim golpeia qualquer sentimento de auto-suficiência. Penso que o segredo para uma vida com propósito passa pela intimidade com Deus, pelo quarto com a porta fechada e coração aberto na presença de Deus.
Em segundo lugar, além do caráter piedoso, precisamos de ousadia. Ao irem orar no templo, Pedro e João encontraram um paralíco que estava esmolando à porta do templo chamada Formosa. Diariamente, alguém o levava e o colocava naquele lugar estratégico para se receber esmolas. Pedro e João não tinham naquele momento nem prata e nem ouro para ofertarem ao morimbundo, mas, não ter sempre à mão recursos financeiros, não significa não ter como ajudar. Pedro e João estavam cheios do poder de Deus. Foram ousados para se exporem. Pedro e João que algum tempo atrás queriam se esconder, agora dizem em alto e bom som: “olha para nós...”. O caráter piedoso, via de regra, gera ousadia.
Finalmente, em terceiro lugar, aprendemos sobre a “inclusão total”. O coxo que ali esmolava desde os primeiros dias de sua vida, não tendo nada mais do que o ficar sentado à porta do templo, sem o privilégio de adentrar, “de um salto se pôs em pé, passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus”. Pedro e João, representantes de uma igreja com propósito promoveu a inclusão daquele indivíduo. Ele pôde entrar no templo, louvar a Deus e se fazer acompanhar por dois importantes personagens da fé.
Como seguidores de Jesus não podemos nos olvidar.
Igreja deve ser viva e ativa. Ela será viva de cultivar seu caráter piedoso, será ativa se promover transformação e inclusão total na vida daqueles que estão estáticos sem forças para caminharem.
Mais importante do que termos um templo com porta formosa, é ver pessoas passarem por elas e, juntamente conosco, adorarem a Deus.
Ricardo Mota