sexta-feira, 10 de julho de 2009

A DINÂMICA DA CURA


Podemos interpretar um milagre como algo pontual. Todavia podemos pensar no milagre como um processo, com uma dinâmica que revela valores que vão para além do fato em si. Agrada-me pensar assim. A vida e ações de Jesus não são conhecidas na totalidade por nós. Todavia, graças a Deus, temos o registro suficiente de algumas ações de Jesus que nos motivam sobremaneira. Ouso afirmar que todas as curas que Jesus realizou tem uma mesma dinâmica. Ele valoriza as pessoas mais do que coisas e conceitos; Ele confronta com ousadia o mal repreendendo-o com autoridade singular e, dá a todos a oportunidade de glorificarem a Deus. Pensemos naquele milagre que Jesus realizou em um certo sábado e uma certa sinagoga. Uma mulher tinha “um espírito de enfermidade” que a obrigava a caminhar olhando para o chão. Aquela mulher vivia encurvada há 18 anos. Jesus a curou. Mas reparemos a dinâmica da cura (Lucas 13.10-17).
Jesus valorizou o ser – Só mesmo por causa deste Rabi maravilhoso, pode-se verificar a presença de uma mulher na sinagoga. Jesus valorizou as pessoas como nenhum outro mestre. Jesus se dirigiu àquela mulher e disse o que ela mais gostaria de ouvir: “estás livre da tua enfermidade”. Mas, a valorização do ser inclui o toque. Jesus impôs as mãos sobre aquela mulher e logo ela se endireitou. Ela pôde olhar as pessoas nos olhos e, certamente, erguer os olhos e dar glória a Deus. A cura que Jesus opera não é algo pontual ou estático. Os milagres são maravilhosos, mas, vão além do fato. A cura tem uma dinâmica e começa com a valorização do ser. A bênção é ainda maior...
Há ainda, na dinâmica da cura, a confrontação do mal. O mal não é necessariamente espiritual. Às vezes ele é conceitual. O “chefe da sinagoga” não vibrou com a cura. Paradoxalmente, ele ficou indignado e exortou à multidão: “Seis dias há em que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados e não no sábado.” (Lucas 13.14). Jesus confrontou este mal! Além de libertar aquela mulher de um cativeiro espiritual que se arrastava por quase duas décadas, ele confrontou o mal travestido de religião. Jesus repreendeu o “chefe da sinagoga” chamando-o de hipócrita e revelando a incongruência e incoerência. A mera religiosidade leva as pessoas a valorizarem mais as coisas ou conceitos do que pessoas. Na dinâmica da cura o mal, com suas múltiplas facetas, precisa ser confrontado e envergonhado. Percebe-se que, na verdade, não era apenas o “chefe da sinagoga” o instrumento de oposição à cura. O texto sagrado de que havia outros adversários e que todos estes adversários se envergonharam (Lucas 13.17a).
Finalmente, a dinâmica da cura tem seu aspecto terminal na glorificação de Deus. O texto bíblico é claro ao dizer que a mulher teve o corpo endireitado e passou a glorificar a Deus. O milagre também fez com que o povo se alegrasse e glorificasse a Deus (Lucas 13.17b).
Os milagres de Deus foram e são mais do que o fato em si mesmo. Os feitos de Deus visam a valorização do ser, o confrontação do mal e a glorificação de Deus. Sim, glória a Deus!

Ricardo Mota

Um comentário:

  1. Como sempre, o Pr Ricardo é iluminado por Deus para, de forma simples, comentar assuntos complexos e profundos!
    Eu diria que esse também é um bom motivo para darmos um "Glória a Deus!!"
    Abraço carinhoso a todos os queridos irmãos e irmãs da IPCentral.
    Vladimir Lima

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